Com a chegada do frio e o aumento das doenças respiratórias, a Prefeitura está implementando medidas para reduzir a busca pelas emergências dos hospitais. Em reunião realizada no Hospital Municipal, na semana passada, o prefeito Pedro Almeida fez uma avaliação das ações de reforço das unidades de saúde, articuladas dentro da chamada Operação Inverno.
Ao longo de 2023, o Hospital Municipal realizava, em média, 188 atendimentos diários. Entre janeiro e metade de maio deste ano, este número subiu para 205. Neste momento, já chegaram a ser atendidas 350 pessoas em um único dia. O cenário se repete no Hospital Dia da Criança, que prestou, de 1 a 27 de maio, mais de 2,4 mil atendimentos, sendo mais da metade por doenças respiratórias.
“Estamos vivendo um período do ano em que, historicamente, as doenças respiratórias incidem em quantidade preocupante. O que torna esse momento atípico são os altos registros de doenças como a Dengue e a H1N1, que apresentam sintomas mais críticos e por mais tempo, fazendo com o que o mesmo paciente busque diversas vezes o serviço”, explicou o diretor-geral do Hospital Municipal, Luís Schneider. Com a alta na busca pelo atendimento, somada à crescente gravidade dos quadros que chegam até o hospital, inevitavelmente aumenta o tempo de espera nos casos de menor complexidade.
Alternativas
Para auxiliar na absorção desta demanda, desde abril, a Prefeitura possui duas unidades com atendimento noturno e nos finais de semana: o Ambulatório de Especialidades, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e o Cais São Cristóvão, aberto, além de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, nos sábados e domingos, das 8h às 20h.
Conforme a secretária de Saúde, a médica Cristine Pilati, durante a noite, a orientação é que as pessoas que não apresentam casos de urgência e emergência se dirijam até estes espaços para atendimento. “As equipes atendem, no período noturno e finais de semana, os pacientes adultos e pediátricos que necessitam de consulta médica de atenção básica sem a necessidade de agendamento, como em caso de gripe. Ao termos mais esta porta de acesso, buscamos diminuir a sobrecarga nas emergências pelos pacientes de baixa complexidade”, afirmou.
Para o diretor-técnico do Hospital Municipal, o médico Diego Teixeira de Farias, esta medida, aliada à conscientização da população, é fundamental para assegurar que a unidade hospitalar se dedique aos casos graves. “Nesta época, temos a exacerbação das doenças crônicas, como pneumonia, asma grave e a doença pulmonar obstrutiva crônica. A Operação Inverno visa, neste período sazonal, que possamos acolher melhor estes pacientes com quadros graves, que demandam mais estrutura e tempo de atendimento”, destacou.
Do total de atendimentos realizados no Hospital Municipal, aproximadamente 70% são enquadrados, dentro da Classificação de Risco, nas cores verde ou azul, ou seja, não necessitam dos serviços de emergência. “Estes pacientes podem ser atendidos na atenção básica”, pontuou Diego.
Hospital Dia da Criança
Sobre o Hospital Dia da Criança, de acordo com Cristine, “com o objetivo organizar a demanda de pacientes, são priorizados os com maior gravidade, utilizando uma classificação de risco que avalia as condições e os sinais vitais de cada criança, como febre e respiração”.
A Prefeitura também trabalha para garantir o número necessário de profissionais para os serviços pediátricos no local. Neste momento, são chamados mais médicos, pediatras, enfermeiros e técnicos em enfermagem para reforços nas escalas. “Desde 2022, já foram feitos 25 processos seletivos com foco nas contratações para o HDC. O Município concentra esforços para garantir que, em todos os turnos, haja profissionais para a absorção da demanda pediátrica”, enfatizou a secretária de Saúde.