Após um longo período de discussões e análises, o Hospital de Clínicas de Passo Fundo assume o controle dos planos de saúde da Prontoclínica. Na mesma negociação, também adquiriu a operação do Hospital de Prontoclínica. A transação não abrange os imóveis do hospital em Passo Fundo, que permanecem sob controle da holding da Família Biancini. Também não inclui o prédio de mais de 2 mil m² utilizado pelo plano de saúde em Carazinho, esse de propriedade da Seta Incorporações. A transação principal é a aquisição pelo HC dos planos de saúde, que, em dois ramos, eram controlados pela Prontoclínica (Passo Fundo) e pelo Hospital SP (regional). Já o Hospital de Prontoclínica terá suas operações controladas pelo HCPF.
Negociações
Mantidas em passos discretos desde o início, as conversações para transferência do hospital e venda dos planos de saúde tiveram outros pretendentes antes de bater o martelo com o Hospital de Clínicas. Sabe-se que importantes conglomerados da área hospitalar e de assistência privada se sentaram à mesa de negociações. Informalmente, entre esses inclui-se o Hospital Mãe de Deus de Porto Alegre, uma grande empresa de São Paulo e até mesmo um grupo da Alemanha. O acerto final teria ocorrido em reunião realizada em 30 de novembro. Estariam, num lado da mesa, pelo HC o presidente Paulo Ferenci, o administrador Luciney Bohrer e o diretor-clínico Juarez Dal Vesco. No outro lado, pelos planos e hospital do grupo Prontoclínica, Julmar Biancini, Rafael Biancini, Eduardo Mattevi e César Bilibio.
Planos de saúde
Mesmo antes de um pronunciamento oficial do Hospital de Clínicas, sabe-se que não haverá mudanças em relação aos serviços assistenciais dos planos de saúde. Basicamente, nada muda para aqueles que têm um dos planos da Prontoclínica. Os planos são das modalidades Pronto Sênior, Pronto Família, Pronto Empresarial e Pronto Ambulatorial e para os segurados permanecem os direitos assistenciais de cada modalidade. Os planos da Prontoclínica estão divididos no local, com foco em Passo Fundo, e o regional com abrangência no entorno da Grande Passo Fundo. Atende municípios como Carazinho, Lagoa Vermelha, Marau, Não-Me-Toque, Sananduva, Tapejara e suas cidades periféricas. Uma fonte, que prefere o anonimato antes do anúncio oficial, entende que os usuários contarão com uma estrutura ainda maior.
Hospital
O Hospital de Prontoclínica foi um marco na hotelaria hospitalar no interior do Rio Grande do Sul. Seus padrões eram arrojados para a época, com paredes coloridas que contrastavam com o branco habitual dos corredores hospitalares. Em 1993, inaugurou o Pronto Socorro 24 horas, com foco nos segurados de seus planos. Em 1996, o Hospital Prontoclínica passou a oferecer uma estrutura completa de atendimento, incluindo 90 leitos em apartamentos ou suítes, além de UTI, centro cirúrgico, centro obstétrico e pronto socorro. Essa estrutura a partir de agora será operacionalizada pelo HCPF, através da locação das instalações pertencentes à holding da Família Biancini.
A Prontoclínica
Em 1977, portanto há 47 anos, iniciaram as operações da Prontoclínica. À época, seguia o rótulo de “saúde em grupo”, um sistema que antecedeu os planos de saúde. A empresa foi fundada pelos Drs. Alexandre Rossato, Giovanni Valério Panazzolo, Julmar Biancini e Miriam Biancini. A carteira de clientes começou forte pois contava com as principais empresas de Passo Fundo que eram a Semeato e a Grazziotin. Dez anos depois, já seguiu os passos para o seu diferencial: a estrutura própria. Foi quando mudou a razão social para Hospital de Prontoclínicas Ltda. Após a construção do hospital em Passo Fundo teve, ainda, por um período hospitais em Marau e Lagoa Vermelha. Hoje, o grupo familiar liderado por Julmar Biancini agrega empreendimentos de hotelaria, construção civil, clínicas e lavanderias industriais.