Casos de chikungunya em Carazinho alertam autoridades locais

Proximidade com Passo Fundo e intenso fluxo de pessoas geram atenção para os riscos de disseminação da doença

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Reprodução Ministério da SaúdeReprodução Ministério da Saúde
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A Prefeitura e Carazinho confirmou, no fim de semana, que mais de 20 casos de chikungunya foram registrados na cidade nesse ano. A incidência instiga preocupação entre as autoridades de saúde de cidades vizinhas, devido ao intenso fluxo de pessoas, riscos de contaminação e presença disseminada do vetor. Carazinho está a menos de 50 quilômetros de Passo Fundo, que não tem registros da doença em 2025.

No município vizinho, conforme informou a prefeitura via comunicado oficial em uma rede social, os bairros afetados são: Oriental, Vila Rica, Sassi e Hípica. “A maioria dos casos não está mais na fase de transmissão”, resumiu a administração, em alerta destinado à população. 

“O fato de estarmos com um município próximo com casos autóctones nos preocupa, visto que as pessoas se deslocam para trabalhar ou visitar parentes ou passear e podem se infectar com o vírus. Nós tendo a presença do vetor, podemos vir a ter a circulação do vírus pela picada da fêmea do Aedes aegypti a uma pessoa portadora do vírus da Febre Chikungunya”, detalhou a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Passo Fundo, Ivânia Silvestrin.

Essa é uma doença febril caracterizada por dores fortes, especialmente nas articulações, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, inchaço nas articulações, calafrios, vômitos e diarreia. Conforme compara Silvestrin, os sintomas de chikungunya e da dengue são muito semelhantes. “O que difere e deve chamar atenção de quem atende um provável caso é a dor articular que se diferencia da dor muscular, levando a pessoa a incapacidade de realizar tarefas do dia a dia. A dor pode persistir por meses dependendo do caso e da pessoa infectada”. Os casos graves de chikungunya podem demandar internação hospitalar e evoluir para óbito.

O tratamento, complementa, deve ser igual ao da dengue “e caso precise usar algum remédio mais forte para as dores, obrigatoriamente deve passar por avaliação médica principalmente se suspeitar de Febre Chikungunya”.

Em todo o Rio Grande do Sul, a plataforma de Monitoramento de Arboviroses do governo gaúcho indica 30 casos confirmados neste ano, até a última atualização em 21 de março – 16 são autóctones, quando o vírus é contraído na região onde a pessoa vive. Foram 156 notificações de casos suspeitos.

Histórico no país

A chikungunya é uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) é o Aedes aegypti. O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.

Segundo dados do Ministério da Saúde, no segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todas os estados registram transmissão desse arbovírus.

No ano de 2023 ocorreu importante dispersão territorial do vírus no Brasil, principalmente para estados da Região Sudeste. Anteriormente, as maiores incidências de chikungunya observadas no Brasil concentravam-se na região Nordeste.

 

Arte: reprodução/ Milenne Souza de Lima / CIEVS/RS


Em Passo Fundo

Ao retomar o histórico local, a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Passo Fundo menciona que em 2023 a cidade registrou um caso importado, sendo que a contaminação havia ocorrido no município de Água Santa. No ano seguinte, registrou-se outro caso importado, dessa vez do Pará. “É importante a população ficar alerta e se for para alguma área endêmica e começar com sintomas, procurar atendimento médico. Eliminar os depósitos com água parada e manter os quintais limpos, sem acúmulo de lixo. Quando receber a confirmação positiva de Dengue e Febre Chikungunya, usar obrigatoriamente repelente e roupas longas pelo período de 10 dias, assim evitamos que a mosquita pique e dissemine o vírus a outras pessoas”, orienta Ivânia Silvestrin.


Confirmado primeiro óbito por dengue no RS

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, confirmou na última semana o primeiro óbito por dengue no Rio Grande do Sul neste ano. O óbito confirmado ocorreu em 15 de março.

Trata-se de uma mulher, 59 anos, com comorbidades. A paciente era residente em Porto Alegre.

“A SES reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito”, alertou a pasta.

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