“Essa paixão e compaixão com os animais que nos move”

No dia Mundial dos Animais protetoras contam sobre a paixão pelos gatos com o trabalho da ong “Adote um Gatinho” e o “Projeto Mia Casa”

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Greicy Neitzke atua há 7 anos na ong Adote um Gatinho Protetora ajuda no resgate de animais e como lar temporário para adoção Greicy Neitzke atua há 7 anos na ong Adote um Gatinho Protetora ajuda no resgate de animais e como lar temporário para adoção 
Greicy Neitzke atua há 7 anos na ong Adote um Gatinho Protetora ajuda no resgate de animais e como lar temporário para adoção 
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Um dia para homenagear aqueles que estão conosco em todos os momentos, sejam bons ou ruins, para lembrar-se de um integrante muito importante na maioria das famílias: os animais. Nesta quarta-feira, 4 de outubro, é comemorado o Dia Mundial dos Animais. Data que destaca a importância do cuidado e do respeito aos animais.

 

A protetora Greicy Neitzke, é apaixonada por gatos, voluntária na ong “Adote um gatinho”, ela conta que os animais sempre foram importantes na sua vida. “Meu pai gostava de cachorros e nunca me deixou ter um gato, então eu tive um gato com 23 anos. Quando achei uma gatinha,  ela veio prenha. Para poder ficar com os dois, coloquei o nome do meu pai como se fosse neto dele, aí se chamou Nelson Hugo. No fim, ele acabou deixando, depois adotei mais um e quando eu vi, estava realizando meu sonho com cinco gatos”, conta.

 

Após o falecimento do pai, Greicy conta que sua atuação na proteção aos animais foi crescendo. “Se eu achasse um na rua recolhia, naquela época não existia tantas clínicas com desconto e a gente tinha que pagar particular mesmo, mas enfim, aquela coisa de curiosidade de ter um gato acabou virando uma paixão”, diz.

 

Adote um gatinho

Greicy conta que a ong nasceu por meio da protetora Elisandra Lovison. “O trabalho da ong começou há uns 10 anos com a Elisandra, que faleceu há dois anos. Ela achou um gatinho na rua, pediu para a vizinha cuidar e acabou que ela  adotou  e começou a ajudar voluntariamente. Uma outra menina também adotou dois gatinhos e formou-se uma parceria, e aí começou o projeto de voluntários na casa da Elizandra e o pessoal começou a saber e pedir ajuda”, conta.

 

 

 A ong atua por meio de voluntários que oferecem lar temporário, resgatam gatos em situação de maus tratos e abandono, realizando castrações e promovendo a conscientização sobre a importância do cuidado com animais.

 

“A gente pede doações pelo Instagram e Facebook e divulga número do pix, todas as doações são importantes para compra de rações, remédios e castrações. A gente arrecada desde toalha de banho, porque às vezes pegamos gatinhos que tem que dar banho, tem uma clínica que fez parceria que nos e dá desconto, então a gente vai pagando o que gastamos no auxílio a esses animais”, diz.

 

Greicy integra a ong há 7 anos e também ajuda a administrar o perfil da "Adote um Gatinho", que comercializa canecas e também faz campanhas para arrecadação de donativos.

 

“Temos também uma costureira voluntária que faz costuras com o que sobra dos materiais dela, aí ela monta os panos de prato e quando tem uma quantidade boa nós também vendemos para ajudar nos custos”, diz.

 

Paixão por gatos

Greicy relata que a atuação dos protetores e do poder público tem ajudado a diminuir a população de animais nas ruas, mas destaca que é importante a conscientização das pessoas. “Não existe uma lei que obrigue as pessoas a castrarem, então é importante conscientização sobre o cuidado, sobre a castração, porque são animais que procriam. A gente acaba ajudando a pessoa com todos os gastos, se ela pediu ajuda para castrar um gatinho, mas se tem mais dois animais, a gente castra os três para que eles não procriem. O pessoal nos pede ajuda para pegar gatas prenha ou com bebezinhos, ou só gatos mesmo que não estão castrados. A gente recolhe, dá um lar temporário, recolhemos nas nossas casas até conseguir fazer uma adoção”, conta.

 

Greicy é tutora de 33 gatos, abrigando mais 7 como lar temporário e amansando outros 4 para adoção. “Continuo apaixonada pelos gatos, eles te passam energia, o gato sobe em algum lugar, se ele cai, ele volta. Às vezes a gente vai fazer algo e desiste e eles não, são muito carismáticos, é uma companhia super fiel. O gato foi muito discriminado, 'o gato trazia azar, gato traz doença', demorou para que o pessoal reconhecesse a importância que  ele tem, uma energia que só o gateiro vai entender, que tem aquela coisa “ dessa cor eu não tenho” e tão encantador quanto tu resgatar, acolher é conseguir um bom adotante e essa paixão e compaixão com os animais que nos move”, finaliza.

 

Projeto Mia Casa

O Projeto Mia Casa foi criado por Ariane Ficher, de resgate, ressocialização, tratamento e doação responsável de gatos em situação de rua e vulnerabilidade em Passo Fundo. “O Projeto Mia Casa teve início em 2022 em um resgate de uma colônia de mais de 50 gatos desnutridos e totalmente negligenciados na cidade de Marau/RS, muitos deles sendo positivos para os vírus Fiv/FeLV. A partir daí o projeto nunca mais parou”, disse.

No Projeto Mia Casa, Ariane realiza o resgate e promove a doação responsável de gatos vindos da rua. “Desde criança, sempre resgatava gatos e cachorros de rua. Desde pequena sempre tive muita empatia e preocupação por eles. Inclusive, me tornei vegana em 2017, também pelos animais. Além do Projeto Mia Casa de gatos, tenho 16 cachorros que também são todos resgatados da rua, mas que nunca encontrei alguém para adotar. Assim, acabaram tendo que ficar comigo, apesar de não fazerem parte de nenhum projeto, e serem responsabilidade apenas minha”, relata.

 

Para custear as ações em benefício dos animais em clínica veterinária e resgates, Ariane criou o “Acervo dos Gatinhos”, uma página no Instagram onde comercializa livros. “Iniciei o Acervo dos Gatinhos como mais uma forma de custear o projeto, assim conseguimos valores que são 100% revertidos para os gastos do Projeto Mia Casa com a venda de livros que foram doados previamente pra gente. Além de incentivarmos a leitura”, diz.

 

O Projeto também tem como missão principal custear todo o tratamento de gatos com Imunodeficiência felina ou AIDS felina (Fiv) e Leucemia felina (FeLV) resgatados. “Por conta disso, inclusive, estou cursando Medicina Veterinária, ainda existem muitos gatos Fiv/FeLV positivos nas ruas da nossa região, e que necessitam de auxílio, mas nunca irão encontrar um lar que esteja disposto a custear um tratamento ou que sequer tenha vontade de adotá-los, apenas por possuírem essas doenças que são contagiosas para outros gatos. A primeira coisa que faço assim que resgato um novo gato, é realizar o teste Fiv/FeLV para decidir junto com os veterinários qual a melhor forma de tratamento para o novo gato resgatado”, disse.

 

Segundo Ariane o tratamento para os gatos Fiv/FeLV positivos é caro e longo. “O tratamento dos nossos gatos Fiv/FeLV positivos é o maior gasto do projeto atualmente. Porém, também incluímos nos nossos gastos os cuidados e tratamentos dos outros gatos negativos para Fiv/FeLV, mas que vêm da rua com outros problemas de saúde, e que necessitam de diversos cuidados. Antes de serem colocados para adoção no Projeto Mia Casa, trabalho para todos os gatos irem totalmente saudáveis para um novo lar, o que também gera contas veterinárias bem altas”, finalizou.

 

 

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