A comercialização de um produto de controle biológico da helicoverpa armigera depende da liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para ser comercializado no Estado. Em outros estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás e Minas Gerais, os órgãos responsáveis já autorizaram as licenças de produção e comercialização do defensivo biológico usado no controle da praga. Empresa genuinamente gaúcha, a Simbiose Agro tem encontrado dificuldades para obter a documentação necessária para disponibilizar o BT Control aos produtores.
Segundo o presidente da Simbiose, Marcelo Oliveira, desde agosto a companhia aguarda uma resposta do órgão ambiental. “Os outros estados já estão podendo fazer uso da tecnologia do BT Control, do controle através dessa bactéria para a helicoverpa. E o Estado onde produzimos, onde temos origem, não tem o mesmo entendimento”, pontua. Ele considera a demora um descaso já que desde o mês de agosto foram encaminhados os documentos para o pedido de liberação, operação, produção e comercialização do produto. “Até hoje não tivemos nenhum retorno”, lamenta Oliveira. A empresa não descarta a possibilidade de entrar na Justiça para assegurar o direito de comercializar o defensivo, produzido de forma natural e sem impactos ao meio ambiente.
O presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), criticou a postura da Fepam em não liberar um produto biológico, fazendo com que outro – importado e extremamente químico – esteja sendo utilizado em seu lugar. “Em se tratando da lavoura de soja, esse ciclo não pode ser perdido. Já temos lavouras sendo replantadas. É uma decisão de governo, de proteção ao Estado. As perdas já estão acontecendo. Produtores estão entrando em desespero, não sabendo mais o que fazer para controlar a praga. O produto já está disponível no mercado e o governo deve liberar a documentação imediatamente, sob pena de ser responsabilizado por perdas e danos”, alerta o parlamentar. A lagarta Hhlicoverpa armigera já provocou prejuízos bilionários às lavouras brasileiras de algodão, milho e soja. A praga se alimenta de todas as fases da planta.