Passo Fundo sedia curso internacional

Representantes de 21 estados conheceram o modelo implantado no município

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Depois da explanação do trabalho, o grupo saiu às ruas conhecer o sistema de policiamentoDepois da explanação do trabalho, o grupo saiu às ruas conhecer o sistema de policiamento
Depois da explanação do trabalho, o grupo saiu às ruas conhecer o sistema de policiamento
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Policiais militares de 21 estados do Brasil, além do Distrito Federal, estiveram em Passo Fundo nesta quinta-feira (30), participando do primeiro módulo do Curso Internacional de Policiamento Comunitário. A capacitação, que é financiada pelo Ministério da Justiça e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, contou com a participação de 42 policiais e teve duração de duas semanas.  A formação iniciou em Porto Alegre, com instruções teóricas, e teve fim ontem, depois de encerradas as visitas. Antes de chegar a Passo Fundo, o grupo passou por outros dois municípios – Caxias do Sul e Bento Gonçalves –, também considerados exemplo, no Estado. “O resultado deste trabalho deve servir para fixar um modelo único em todo o Brasil”, diz o comandante dos Núcleos de Policiamento Comunitário no município, Tenente Daisson de Andrade.
O tenente se diz satisfeito por servir de referência aos demais estados. “Esse modelo sem base fixa, com policiais morando nos bairros, fazendo parte da comunidade, pode ser o embrião do modelo que vai se implantar em todos o país”, comenta.

O comandante também explicou que o curso é uma extensão do trabalho iniciado pelo perito da polícia japonesa, Koichi Maruyama, que já havia visitado as cidades onde ocorreram as instruções, inclusive, Passo Fundo, no início deste mês. Maruyama, conheceu outros dois modelos, além do que é usado do Rio Grande do Sul: o de São Paulo e o de Minas Gerais, que usam métodos do sistema Koban – mesmo aplicado no Japão – e de bases móveis de segurança, respectivamente.

Laço com a comunidade

O Capitão Samuel White Rodrigues Costa, do Maranhão, demonstrou grande interesse pelo modelo que conheceu por aqui. “Estamos estudando e aprendendo, pra levarmos ao nosso estado e adequá-lo a nossa realidade”, fala. Para White, o ponto mais positivo é a aproximação do servidor com a comunidade. “No Maranhão o policial não reside no bairro onde atua, não tem um laço com a comunidade. Com isso, ele não conhece todos os moradores, não sabe quais são as principais dificuldades de segurança do local, o que dificulta um pouco o trabalho”, analisa. O capitão garante que vai levar o modelo ao estado. “Gostei bastante, o custo é baixo e tem qualidade. Vamos criar um projeto piloto com esse modelo”, completa.

O Tenente Renan Belarmino, do Ceará, também avaliou a interação com a comunidade como ponto forte. “A gente percebe que a grande dificuldade por aqui, é o baixo efetivo policial. Mesmo assim, com esse modelo de proximidade entre polícia e comunidade, o resultado é positivo”, argumenta. O oficial ainda completa: “Percebemos que esse sistema está dando certo aqui em Passo Fundo e nas outras cidades que visitamos, onde a filosofia é a mesma”, conclui.

Passo Fundo

No município, os policiais iniciaram a atuação junto a comunidade, em 2011, a partir de um projeto do Governo Federal. Na época, foram implantados os “Territórios da Paz”, em dois bairros: José Alexandre Zachia e Integração. Já no final de 2012, os Núcleos de Policiamento Comunitário chegaram ao município, a princípio de forma tímida, mas se expandindo cada vez mais.

As atividades desenvolvidas pelos seis núcleos do município, que contam com um total 24 policiais e atendem a 48, dos 120 bairros, contam com a maior estrutura do Regimento, segundo Daisson. No Estado, são 500 policiais atuando nos 23 municípios contemplados com esse sistema. Dentro dos programas, estão previstas atividades de policiamento, propriamente, como também operações especiais, com demandas sugeridas pelos moradores, ações preventivas e comunitárias.

 

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