Central de regulação compartilhada do SAMU em Passo Fundo depende da contratação de médicos

Prefeitura apresentou ao Estado proposta para a criação da central, que pode agilizar os atendimentos das emergências. Atualmente, regulação é feita por Porto Alegre

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Foto Michel Sanderi/PMPFFoto Michel Sanderi/PMPF
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Demanda apresentada pelo Município ao Estado no início do ano, a instalação em Passo Fundo de uma central de regulação descentralizada do SAMU esbarra na falta de médicos para o serviço. A proposta foi feita à secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, no dia 05 de março, pelo vice-prefeito, João Pedro Nunes, e pela secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), hoje feito por meio da central estadual em Porto Alegre, é o responsável por receber as chamadas pelo telefone 192, acionar as equipes de socorristas das ambulâncias que atendem a cidade e orientar a pessoa na ligação.

A Regulação Compartilhada do SAMU foi implantada pela Secretaria Estadual da Saúde em 2019, com o objetivo de incluir equipes municipais no processo de Regulação Médica, por meio das Centrais Acessórias de Regulação Remota em municípios-sede de bases do SAMU com Unidade de Suporte Avançado (USA).

A participação dos municípios que fazem a adesão é viabilizada pela ação de médicos reguladores exclusivos ou de médicos intervencionistas que atuam no processo regulatório dos chamados provenientes da sua área de abrangência. Conforme informou o Departamento de Regulação Estadual na ocasião da reunião com as lideranças passo-fundenses, essa Central de Regulação utilizará os recursos da Central de Regulação Estadual, sendo que os médicos reguladores serão contratados pelo município de Passo Fundo para os atendimentos na urgência e emergência, medida que tende a contribuir com os processos que envolvem o trabalho do SAMU até o resgate, considerando as especificidades locais.

De acordo com a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati, a estrutura para a regulação compartilhada está em fase de organização e aguarda a contratação de médicos. “A prefeitura abriu edital para a contratação dos profissionais, mas, até o momento, após duas chamadas, não tiveram profissionais interessados em assumir o cargo”, detalhou, ao confirmar que uma nova chamada seria feita.

Em reunião em Porto Alegre, comitiva passo-fundense apresentou proposta para instalação de central de regulação do Samu na cidade- Foto divulgação/ Itamar Aguiar/SES


Nova ambulância

Os representantes do município apresentaram a demanda em Porto Alegre após a prefeitura ter recebido a confirmação do Ministério da Saúde para a habilitação de uma ambulância do tipo Unidade de Suporte Avançado (USA), também chamada de UTI móvel, com equipe composta por médico, enfermeiro, socorrista e condutor. Essa era uma das etapas necessárias para que a cidade pudesse solicitar a implantação de uma central de regulação própria.

ON questionou a Secretaria de Saúde de Passo Fundo sobre o cumprimento dessa exigência. A pasta informou - sem especificar os profissionais destacados - que a segunda equipe do SAMU iniciou as suas atividades no último dia 23 de setembro. “Ressaltamos que o Município já possui as duas equipes em pleno funcionamento 24 horas, aumentando assim a resolutividade, tempo de resposta e equipe efetiva para o socorro as urgências e emergências com agilidade e qualidade ao cidadão de Passo Fundo, cumprindo desta forma com ampliação do serviço conforme autorização do prefeito Pedro Almeida”, respondeu a secretária de Saúde, Cristine Pilati.

Antes disso, o município possuía apenas uma equipe de suporte básico, composta por técnico de enfermagem e motorista.


O SAMU

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é um dos componentes da Política Nacional de Atenção às Urgências do Ministério da Saúde e faz parte da Rede Assistencial Pré-Hospitalar Móvel de atendimento às urgências.

O atendimento pré-hospitalar móvel em situações de urgência é caracterizado pela busca precoce da vítima após a ocorrência de um incidente que afete sua saúde, seja de natureza clínica, cirúrgica, traumática ou psiquiátrica. Este tipo de atendimento evita o agravamento da condição da vítima, minimizando o sofrimento, prevenindo sequelas ou mesmo evitando o óbito, por meio de atendimento e/ou transporte adequado.

O serviço é gratuito, acessado pelo número "192", funciona 24 horas por dia e 07 dias por semana, por meio da prestação de orientações e do envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acionados por uma Central de Regulação das Urgências.

Atualmente, há 164 bases do Samu no Rio Grande do Sul, sendo 140 bases do Samu/RS, outras 23 das regionais de Pelotas, Caxias do Sul e Bagé e uma base do município de Porto Alegre. A cobertura no Estado, incluindo a regulação de Porto Alegre e as regionais, abrange 91% dos municípios e 94% da população gaúcha.

Desde a Operação Verão de 2004/2005, quando o Samu/RS iniciou as atividades no estado, o serviço já recebeu mais de 24 milhões de ligações, uma média de 2,4 mil ligações por dia.  

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