Vereadores e prefeito vão a Porto Alegre tratar sobre serviço e cobranças da Corsan

Após reclamações dos passo-fundenses, lideranças questionarão sobre valores, falta de água e envio de notificações sobre a ligação de esgoto citando “possibilidade de prisão”

Por
· 3 min de leitura
Foto ilustração/ Divulgação CorsanFoto ilustração/ Divulgação Corsan
Foto ilustração/ Divulgação Corsan
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

As reclamações sobre a prestação do serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto, sobretudo quanto aos valores cobrados, têm se acumulado nos gabinetes da Câmara nas últimas semanas, mobilizando vários vereadores e vereadoras. No outro lado do Paço Municipal, a problemática levantada por moradores de diferentes bairros também foi pautada na prefeitura, e motiva uma viagem conjunta entre representantes de ambos os poderes, Executivo e Legislativo, a Porto Alegre nesta quarta-feira (12), para uma reunião com a empresa Corsan Aegea.

Na ocasião, deve ser apresentado à diretoria da concessionária um ofício elaborado durante reunião entre prefeito e vereadores, realizada na última semana. No material, intitulado “Providências sobre as reclamações dos consumidores”, foram listadas oito questões, abordando desde os critérios adotados para a cobrança até o desabastecimento nas comunidades. “É constante a falta de abastecimento de água em bairros da cidade, sem o aviso prévio que justifique e sem qualquer informação”, cita um trecho.

Alvo de grande volume de reclamações públicas, os valores cobrados embasam a primeira indagação, que reivindica o detalhamento dos quesitos adotados nos cálculos, “pois em determinada situação é feito por média, em outras, por leitura”, registra o documento, que também pede a confirmação se houve aumento da tarifa de água, em quais percentuais e se estão de acordo as normais legais.

Outros tópicos solicitam esclarecimento sobre as notificações recebidas por usuários quanto à ligação do esgoto “que informa a multa e a possibilidade de prisão”; sobre as ações da empresa para evitar cobranças excessivas nos casos em que ocorreu a troca de hidrômetros, com elevação drástica no consumo por eventuais falhas; e sobre os problemas com o esgoto do presídio regional e entorno.

Os representantes do Executivo e do Legislativo cobram, ainda, um cronograma público das obras que serão realizadas em 2025, e em quais locais, e mencionam a falta de uma central de atendimento “eficaz”, com número de servidores necessário frente à demanda da população.

Câmara entregará ofício

Além do documento conjunto assinado por vereadores e prefeito Pedro Almeida, a Câmara elaborou outro ofício demonstrando preocupação e solicitando “providências urgentes” acerca dos problemas enfrentados pela população em relação ao fornecimento de água, cobrança das tarifas e instalação de ligação de esgoto. “Nas últimas semanas, tem-se verificado um grande volume de reclamações de munícipes que receberam contas de água com valores incompatíveis com o consumo real. Relatos indicam casos em que contas anteriormente na faixa de R$ 300,00 passaram para mais de R$ 1.000,00, com situações ainda mais alarmantes de cobranças superiores a R$ 9.000,00, tornando-se um fardo insustentável para as famílias afetadas”, anota o texto, assinado pelo presidente do Legislativo, Gio Krug (PSD).

Gio Krug (PSD), presidente da Câmara - Foto divulgação/ Comunicação Digital/CPMF


“São muitas reclamações, vários problemas, contas elevadas, falta de água constante, esgoto na rua. Observamos que as equipes estão trabalhando, mas não dão conta e os problemas vêm persistindo. Não sabemos se é falta de efetivo. Com esse calor que faz em Passo Fundo, a população chega em casa e não tem água para tomar um banho, não tem uma água para tomar na torneira. Não podemos deixar que isso aconteça. Os problemas vêm persistindo bastante e precisamos de um respaldo da empresa”, defende Krug.

Aumentos

Conforme ON publicou na última semana, a variação para mais no preço das contas tem motivado inúmeras reclamações de clientes passo-fundenses. Num exemplo citado, uma residência na Vila Annes recebeu a conta de água em fevereiro com o consumo de 44m³, enquanto o consumo médio era de 11m³. O custo alcançou R$ 824 no mês.

A Corsan informou que, sobre o valor das faturas, qualquer cliente que deseja verificar ou questionar pode fazer presencialmente na loja de atendimento localizada na Avenida Sete de Setembro, 85, no Centro, mediante agendamento pelo telefone 0800.646.6444, pelo site corsan.com.br, na aba “agendar atendimento presencial”, no aplicativo Corsan ou WhatsApp 51 99704-6644.

Quanto ao esgoto, a cobrança da tarifa pela disponibilidade está prevista na Lei de Saneamento de 2007, criada para estimular a população a realizar a conexão. Todo usuário que dispõe de rede coletora de esgoto sanitário na rua em que reside e não esteja conectado, passará a pagar, após 120 dias da notificação, uma tarifa pela disponibilidade do serviço. Quem não está ligado paga mais caro do que quem está conectado à rede, pois essa tarifa tem valor mais alto do que a taxa de esgoto. 

Gostou? Compartilhe