A movimentação de trabalhadores no Trevo da Caravela nesses últimos dias coloca luz sobre o aguardado projeto de reestruturação dos acessos a Passo Fundo. Desde sábado (15), equipes trabalham no cruzamento entre a ERS-324 e RSC-153, no processo de análise do solo da região, que deve receber novas estruturas rodoviárias, como vias elevadas. A obra é uma demanda logística histórica, e facilitaria o fluxo de veículos de quem chega ao município ou apenas passa pelas perimetrais passo-fundenses, por pontos atualmente bastante congestionados.
O serviço em andamento é executado pela empresa responsável pela elaboração do projeto de readequação dos cruzamentos urbanos da ERS-324, contratada pelo governo do Estado. O estudo serve para determinar a capacidade de carga do solo, a definição dos tipos de fundação, e estabilidade do terreno, oportunizando aos engenheiros calcular como o solo reagirá às cargas dinâmicas do tráfego e ao peso das estruturas elevadas, evitando deformações excessivas.
Segundo confirmou o secretário Especial do Governador Eduardo Leite, Mateus Wesp - que acompanhou as ações no fim de semana - a análise integra a parte da etapa final de execução do projeto de engenharia das interseções (trevos) da Caravela e bairro Santa Marta, e irá subsidiar a conclusão do projeto do Trevo da Caravela. “Essas obras são prioridades do Governo Eduardo Leite”, garante Wesp.
O projeto de Engenharia está sendo executado pela Empresa ECOPLAN, e faz arte do pacote de investimentos que foram custeados pelo governo gaúcho em 2022.
Reestruturação dos trevos
Com a ordem de início assinada em dezembro de 2022 pelo governo do Estado, o projeto de readequação de trevos da ERS-324 em Passo Fundo, que deveria ser apresentado em 12 meses, ainda é aguardado.
As intersecções contempladas ficam localizadas entre os quilômetros 178 e 182 da estrada, no acesso aos bairros Xangri-lá (av. Brasil), Boqueirão (Trevo da Caravela) e Santa Marta (rua João Catapan). O objetivo é qualificar um trecho de 5,1 quilômetros de extensão da ERS-324, incluindo a construção de ruas paralelas e novos acessos aos bairros.
O projeto contratado e em desenvolvimento é apenas a primeira parte de um amplo cronograma de trabalho sem prazos finais por enquanto. Após a conclusão dessa etapa, será realizado o orçamento da obra. “Com base no mesmo, a direção do Daer poderá encaminhar ao governo do Estado pedido de recurso para a licitação da futura obra”, respondeu o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, em matéria publicada por ON em agosto passado.
No fim de janeiro, em reunião em Porto Alegre entre representantes do Município e do Governo do Estado, o diretor do Daer, Luciano Faustino, garantiu que o Estado possui recursos no orçamento para a execução da obra e que abrirá o processo de licitação tão logo os projetos sejam concluídos.
Parceria com empresários
Outros dois trevos de Passo Fundo devem ser reestruturados a partir da parceria entre o poder público e empresários da cidade. Em estágio mais avançado está o acesso ao distrito industrial, na ERS-324, em frente à Gran Palazzo. A obra está sendo viabilizada após um grupo de empreendedores locais terem custeado o projeto e doado ao Daer. A prefeitura, por sua vez, custeará a execução.
Num trecho de 1,64 km de extensão, abrangendo do km 173 ao km 175, serão construídas pistas paralelas, de acesso ao bairro e novos retornos. Serão investidos cerca de R$ 20 milhões pela prefeitura, que chegou a lançar em janeiro o edital para contratação de empresa que vai construir o novo trevo. No entanto, devido a ajustes técnicos, o certame foi suspenso.
Método semelhante poderá ser adotado no trevo de acesso ao complexo turístico da Roselândia. Em novembro passado, o prefeito Pedro Almeida se reuniu com um grupo de empresários da região, que, inspirados no modelo adotado no trevo do Gran Palazzo, propuseram uma parceria para agilizar o processo e garantir a execução da obra. A proposta inclui a contratação, elaboração e aprovação do projeto técnico junto ao Daer. Após a aprovação, o projeto seria doado ao órgão estadual, e a prefeitura assumiria a responsabilidade de realizar a construção.