O contrabaixista, compositor e pesquisador passo-fundense, Ghadyego Carraro, apresentou ao público no último mês seu mais recente trabalho, o álbum "Anhum". Disponível nas principais plataformas digitais desde o dia 22 de novembro, o disco tem recebido elogios da crítica especializada.
Participações
A riqueza de "Anhum" também se deve ao time de músicos renomados que contribuíram para o álbum. Entre eles, estão o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, o virtuoso acordeonista português João Barradas, o bandolinista brasiliense Victor Angeleas e outros nomes de destaque na música instrumental, como Cristian Sperandir e Gian Becker.
Cada faixa do álbum conta uma história única e traz sonoridades distintas, que se conectam em um diálogo musical sofisticado. "Brasiliana", por exemplo, abre o disco com um espírito de free jazz brasileiro e destaca o bandolim de Victor Angeleas. Em seguida, "Chacarera Ameríndia" apresenta a voz e o violão de Arismar do Espírito Santo em uma celebração rítmica das influências indígenas. Outras faixas, como "Estrada de Tropa", com a participação de João Barradas no acordeon, e "Lisboa", enriquecida pelo trompete de Gian Becker, exploram diferentes atmosferas culturais e emocionais.
Um marco
Ghadyego destaca que está muito feliz com a crítica que seu trabalho está recebendo, e que isso tem se tornado um marco positivo na sua carreira. Juarez Fonseca, um dos principais críticos brasileiros, ao analisar o trabalho, o classificou como "primoroso da primeira à última faixa", consolidando Carraro como um dos grandes nomes da música instrumental brasileira. Ele também destacou o aprofundamento do artista em sua pesquisa sobre as influências indígenas, africanas e europeias nas Américas, que serviram como base para a criação do disco. "Fronteira aqui é unidade, não divisão", explicou Carraro ao abordar a conexão cultural entre Brasil, Argentina e Uruguai, que foi fundamental para a concepção do álbum.
O que escreveu Juarez Fonseca
Anhum é uma homenagem aos povos originários das Américas, unindo influências do jazz
contemporâneo com elementos da música brasileira e sul-americana. Carraro se inspirou em suas vivências culturais e experiências em diferentes países para criar faixas que exploram as conexões culturais das Américas, especialmente da região platina – que abrange o Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. O álbum propõe um mergulho sonoro na diversidade rítmica e melódica de nossas raízes, destacando a herança indígena frequentemente negligenciada na música contemporânea.
