OPINIÃO

História UPF: há 50 anos fazendo e escrevendo histórias

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Jonas Balzan – Graduado em História e Mestrando em História na UPF

Fundada em 1968, a Universidade de Passo Fundo – UPF teve como motor propulsor duas entidades: Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo (SPU), em 1950, e Consórcio Universitário Católico (CUC), em 1956. A SPU criou as faculdades de Direito, Odontologia, Agronomia, Ciências Políticas e Economia e o Instituto de Belas Artes. Teve como primeiro presidente César Santos, que liderou a comissão que deu origem à essa Sociedade. Neste período era Deputado Estadual (1947-1951), pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), partido fundado por ele mesmo na cidade de Passo Fundo. Já o Consórcio Universitário Católico foi idealizado por Dom João Claudio Colling, que neste período era Bispo (1951-1981) da Diocese de Passo Fundo. Ao ser criada, Dom Colling noticiou ao Conselho da SPU o nascimento da entidade e da Faculdade de Filosofia. Dentre os objetivos do CUC estava o de auxiliar na formação dos professores que atuariam na região, e por assim ser, a Faculdade de Filosofia teve como primeiros cursos: Filosofia, Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas. 

Depois de anos de negociações integraram-se as duas entidades, com a formação inicial da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), no ano de 1967. A criação da FUPF foi um passo decisivo para o nascimento da UPF, o que efetivamente ocorreu no ano de 1968. Dois anos após, ou seja, 1970, um novo curso de graduação foi incorporado a recém criada universidade; o curso de História, como noticiou o jornal O Nacional no dia 04 de abril daquele ano: “Mais um curso vem ser criado na Faculdade de Filosofia da Universidade de Passo Fundo. Trata-se do Curso Superior de História, que é a continuação da Licenciatura de Estudos Sociais. O nôvo curso passará a funcionar imediatamente e nele podem matricular-se os licenciados em Estudos Sociais e os professores que já exercem o magistério na cadeira de História. A Secretaria da Faculdade de Filosofia está apta a fornecer todas as informações aos interessados no Curso de História”.

Hoje, há exatos 50 anos sinto-me na obrigação (não no sentido de fazer algo forçado, mas no sentido de dever, dever a ser cumprido), mesmo que de forma breve, de narrar um pouco desta história, da qual também fiz e faço parte: o universo do curso de História da Universidade de Passo Fundo. 

No decorrer destes 50 anos centenas de novos professores de História foram formados e “exportados” para diversas regiões do Rio Grande do Sul e de outros Estados brasileiros. Durante esse percurso, algumas conquistas devem ser destacadas: a criação do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UPF), em 1998 com seu curso de Mestrado (3ª curso de Mestrado criado na UPF) e em 2014 o curso de Doutorado (3ª curso de Doutorado criado na UPF) sendo sua atual área de concentração: História, Região e Fronteiras. Vale destacar que dentre os 15 PPGHs existentes hoje na Universidade de Passo Fundo, o Programa de Pós-Graduação em História fica entre os primeiros no que tange a produção do conhecimento científico. 

Além disso, não podemos deixar de mencionar o Arquivo Histórico Regional (AHR), que é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História da UPF e ao curso de graduação em História. O AHR teve suas atividades iniciadas, em 1984, no Campus I, sob a denominação de Museu e Arquivo Histórico Regional. Passou por uma reorganização física e abrangência, recebendo, assim, a designação atual, sendo alocado no Campus III da UPF. O AHR serve como “local de guarda, conservação e restauro e, sobretudo, de laboratório para pesquisadores da cidade e região, vetor para a produção do conhecimento”. 

Mantendo sob sua guarda milhares de documentos sobre Passo Fundo e região, o AHR possuí a coleção completa do jornal O Nacional, que iniciou suas atividades no dia 19 de junho de 1925 e segue até os dias atuais. Ostenta o título de periódico mais antigo da região, ainda em circulação.  Gostaria de dar destaque a tal coleção por dois motivos. Primeiro, por se tratar de um “diário” do cotidiano, muitos pesquisadores tem se detido a tal coleção (inclusive quem vos fala) na busca da construção do conhecimento histórico regional. Já o segundo motivo, e não menos importante, é a abertura que o jornal O Nacional tem dado, desde 2009, a pesquisadores locais na coluna intitulada Memórias do AHR, com publicação quinzenal, nos sábados. É graças a este espaço que hoje posso me comunicar com você, caro leitor. 

Para finalizar, gostaria de agradecer a família do AHR, pela a acolhida, e é claro, parabenizar o curso de graduação em História da Universidade de Passo Fundo pelo seu cinquentenário. Vida longa à História UPF!!!

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