OPINIÃO

Apresentação de Jesus no templo

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São Lucas conclui a história do nascimento de Jesus com a narração daquilo que aconteceu no oitavo e no quadragésimo dia (Malaquias 4,1-4, Salmo 23, Hebreus 2,14-18 e Lucas 2,22-40). Segundo a lei de Moisés, “completados os oito dias para a circuncisão do menino deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo, antes de ser concebido no ventre de sua mãe” (Lc 2,21). Jesus é formalmente recebido na comunidade das promessas de Abraão no qual a circuncisão é o sinal. Diz a Carta aos Hebreus: “Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição. [...] Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso deveria fazer-se em tudo semelhante aos irmãos”.

Quarenta dias após o nascimento a Lei de Moisés prescrevia três acontecimentos: a “purificação” da mãe; o “resgate” do filho primogênito através do sacrifício e a “apresentação” no templo. Estas normas estão no livro do Levítico 12,1-4 que estabelece que a mãe, depois do parto, fica impura. A impureza não era uma questão moral, mas inadequação para participar do culto público. Isto devido a compreensão que se tinha do sangue. Passados quarenta dias, era oferecido um sacrifício de purificação, um cordeiro e um pombinho ou, para as pessoas pobres. duas rolinhas ou dois pombinhos. Esta última foi a oferta de José e Maria indicando a sua condição social. 

“Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”, está escrito na Lei Senhor. Todas as criaturas são propriedade de Deus e são resgatadas pelo sacrifício oferecido a Ele. Lucas não fala do resgate de Jesus, mas do terceiro acontecimento, ou seja, a apresentação de Jesus. Com isso está dizendo que Jesus não foi resgatado nem voltou a ser propriedade dos pais, mas foi entregue totalmente no templo a Deus. Lucas está revelando a natureza divina de Jesus. 

Depois do ato cultual, Lucas narra uma cena profética envolvendo o velho profeta Simeão e a profetisa Ana. Eles são movidos pelo Espírito Santo e anunciam a todos quem é o menino que está no colo de José e Maria. “Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 

Simeão afirma que o menino é “luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. Jesus é glória de Israel, mas também luz para iluminar as nações. Desde o nascimento fica evidente que Jesus veio salvar toda a humanidade. Esta mensagem também foi anunciada na solenidade a Epifania, tendo os magos vindos do oriente, como representantes de toda humanidade. É frequente a caracterização de Jesus como luz. A decoração natalina é caracteriza pela luz abundante, indicando que a fonte da luz é o próprio menino. 

Ana - idosa, viúva, vivia no templo servido a Deus com jejuns e orações - é a imagem da pessoa verdadeiramente piedosa. Vive junto de Deus e para Deus, por isso é cheia do Espírito Santo e profetisa. Quando se encontra com Jesus, Maria e José ela “pôs-se a louvar a Deus e falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”. É uma profecia, em forma de louvor, que anuncia a esperança que se concretiza no Menino Jesus. 


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