OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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O momento é oportuno para avaliar o desempenho internacional do Rio Grande do Sul no ano que passou e como o Estado entrou em 2025 no fluxo das negociações internacionais. O grande desafio para Estados e Municípios no plano global é buscar maior competitividade e integração às cadeias de valor e, para isso, é necessário possuir uma estratégia internacional que leve em consideração que os governos devem ter papel protagonista na balança comercial, auxiliando o setor produtivo em sua expansão internacional. A abertura comercial é indispensável para qualquer processo de inovação, e os governos que compreenderem essa dinâmica estarão um passo à frente. A inovação por si só, restrita a uma ideia fechada, apenas reproduz uma lógica de inovação por melhorias. O passo necessário é sair dessa zona de conforto, e quanto maior for a abertura comercial, mais governos e empresas serão desafiados pelas cadeias globais de valor. Ainda se vê muitos governos presos à lógica de uma inovação “confortável”, baseada em indicadores internos, ignorando oportunidades internacionais de desenvolvimento.

 2024 

O Estado fechou o ano de 2024 como o sétimo maior exportador brasileiro, com uma balança superavitária. Mesmo assim, as exportações registraram uma variação negativa de 1,6%. O índice de abertura comercial (exportações mais importações como % do PIB) pode melhorar ainda mais. Os principais destinos das exportações foram: China (26%), EUA (8,4%), Argentina (5,0%), Bélgica (3,5%), Coreia do Sul (3,5%), seguidos por Uruguai, Paraguai, Chile, México, entre outros. Assim, as questões principais são: 1) se o Estado possui um levantamento sobre os mercados internacionais com potencial para comprar produtos gaúchos além dos já explorados; 2) qual a estratégia para ampliar a relação com os atuais parceiros comerciais; e 3) qual a estratégia para fortalecer a indústria da transformação (principal carro-chefe das exportações) nas cadeias globais de valor, buscando alternativas para uma provável “guerra tarifária”.

 2025 

O Rio Grande do Sul iniciou 2025 (janeiro) com uma variação positiva de 9% em relação ao mesmo mês de 2024. No começo do ano, posicionou-se como o quinto maior exportador brasileiro. Os principais destinos das exportações permanecem: China, em primeiro lugar, e EUA, em segundo.

 Municípios 

O início do ano também destaca os municípios de maior relevância no comércio internacional. Em primeiro lugar, Venâncio Aires, seguido por 2) Santa Cruz do Sul (um dos municípios gaúchos com maior abertura comercial), 3) Rio Grande, 4) Passo Fundo, 5) Guaíba, 6) Triunfo, 7) Cruz Alta, 8) Porto Alegre, 9) Canoas e 10) Gravataí. A pergunta é: como os Municípios utilizam a sua abertura comercial para inovar mais e integrar cadeias globais de valor, atraindo investimentos? Os governos devem atentar-se à criação de estratégias internacionais inteligentes, capazes de impulsionar a economia globalmente e atrair mais investimentos, visitantes e talentos. Qualquer processo de inovação desatento a essa conjuntura reproduz apenas uma lógica de melhoria dentro de uma zona de conforto. O Governo e os Municípios podem mais!

 

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