Bairrismo e servilismo
Há anos, ouço falar que o bairrismo é coisa do passado. Discordo. Entendo como necessário separar a estupidez regionalista da lucidez cívica. É claro que o bairrismo de amar o seu chão é bonito. Isso vale para o bairro, cidade, estado e, obviamente, o país onde vivemos. Temos um carinho especial até pela marca da cerveja que tomamos. Falamos com orgulho dos locais que frequentamos na cidade e, ainda mais, daquelas comidinhas regionais que vêm dos tempos da vovó.
Faz bem enaltecer quem somos, como vivemos, o que produzimos e a arte que respiramos. Até acho que isso nem é bairrismo, pois está mais para amor próprio. Já como gaúchos, não aceitamos que pisem no nosso pala. Na sequência, é bom ser nacionalista, gostar do nosso Brasil. Isso sem cair na valeta comum do ufanismo babaca ou sem lógica. O bairrismo fortalece o patriotismo, pois patriota tem orgulho do seu país.
Para ser patriota não basta envergar uma camiseta verde e amarela. Tem que vestir de fato a camisa do Brasil, além de defender nosso torrão de qualquer alusão invasora ou predadora estrangeira. A etiqueta do bom bairrista também não admite ostentar flâmulas de outros países. O Brasil é um imenso conjunto de bairrismos, culturas, sotaques, sabores, gêneros musicais e contrastantes paisagens. Tudo isso coberto pela mesma bandeira que é de todos.
Nacionalismo, patriotismo e bairrismo se misturam quando somos de fato brasileiros. Podemos definir isso como brasileirismo. E o brasileirismo legítimo até necessita uma ciência dedicada para estudar como somos: o brasilianismo. Tomara que o brasilianismo esteja lotado do mais autêntico e salutar bairrismo. Até porque o bairrismo é o primeiro escudo para rechaçar o servilismo
Pegadinhas enxertadas I
Ao abrir o celular, agora smartphone, temos o mundo em nossas mãos. É uma máquina poderosa, com incontáveis aplicativos, os “éps” como dizem por aí. Ótimo. Para quem já manivelou ao telefone o desenvolvimento é fantástico. Mas, como não pode faltar uma conjunção adversativa (gostou desta, Prô Tânia?), além das maravilhas também traz muitas porcarias. Pior, o perigo sem filtros. As redes sociais estão na ponta do ranking das baboseiras. Mas, nesse caso, os usuários comuns estão nos dois polos do enunciado. Então, entramos na discussão dos limites de cada um e suas irresponsabilidades. O problema consiste no fato de que qualquer coisa é repassada imediatamente. Mesmo sem ler até o final.
Pegadinhas enxertadas II
O que me causa mais estranheza é o feed de notícias que encontramos no aparelhinho. Sim, aquelas chamadas que nos direcionam às publicações tradicionais ou mesmo desconhecidas. Traz notícias e muitas pegadinhas. Mesmo vindas de fontes idôneas, são notícias plantadas. “Rede com mais de 50 supermercados fecha suas portas”. Fui ver e era na Inglaterra. “Marca querida de refrigerante tem produção encerrada”. O refri era espanhol. “Tradicional fabricante de roupas faliu”. Conferi e era nos Estados Unidos. Ora, pela chamada, as pessoas entendem que isso ocorreu no Brasil. E repassam sem dó! Má-fé plantada.
Brizola
“No Fio da História, a Vida de Leonel Brizola”, de Cleber Dioni Tentardini, tem lançamento e sessão de autógrafos amanhã, quinta-feira, em Passo Fundo. É no Bokinha, das 18h30 às 21 horas. Vou levantar um brinde ao Brizola com um chope da Brahma.
Pastelaria
Agora, além do já tradicional fedor da pastelaria, também sinto um forte aroma de naftalina pelo ar.
Centenário
É logo ali: agora faltam 92 dias para o Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
A dica vem de Erechim, desta vez através da sempre mais que querida Nena Maccagnini.
Les Égarés - Esperanza