OPINIÃO

Teclando - 26/03/2025

Bipolarização radical

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Bipolarização radical

O pensamento exige liberdade para nossas escolhas, porque a vontade própria não pode ficar limitada apenas entre as opções “A” e “B”. Estamos embretados entre dois caminhos opostos, cercados por duas correntes inflexíveis. É um cabo de guerra que estica mais e mais a corda da racionalidade. Então, entre as duas forças antagônicas, acaba a flexibilidade e prevalece a irracionalidade.

Como uma mola, a tendência é de a corda arrebentar. Na perigosa linha esticada entre posturas antagônicas, somos equilibristas diante do bate-boca entre uma ponta e outra. Os argumentos evaporaram e a troca de farpas é como um cruzar de flechas entre duas trincheiras beligerantes. “A” fala mal de “B” e vice-versa. Há, evidentemente, um caldeirão fervendo em cada extremo. Não há bombeiros por perto e, bem ao contrário, vem gasolina de longe para aumentar as labaredas. A perspectiva não é das melhores, pois esse quadro não retrata apenas uma bipolarização ideológica. São pensamentos extremados e cerceiam nosso livre-arbítrio que não pode sofrer condicionamentos prévios.

Do boca à boca às insanidades que rolam nas redes sociais, preceitos e preconceitos são forjados nas cabecinhas mais frágeis. E a corda cada dia está mais esticada. Essa bipolarização extremada é um obstáculo, pois não permite terceira, quarta, quinta ou infinitas outras vias. Ora, ninguém é obrigado a seguir apenas uma dessas duas opções carregadas de radicalismo. A convivência racional fica a cada dia mais difícil. Basta uma palavrinha para despertar a ira daqueles que foram marcados pela irracionalidade. E, quando arrebentar, essa corda esticada fará muitas vítimas. É necessário acordar diante da iminência dos perigos que essa mola esticada representa.

Wiss

A amizade é divina, mas o diabo da pandemia separou as pessoas. Sábado, Wiss Gabriel reagrupou a turma. Depois de um hiato, recebeu amigos para o tradicional almoço às margens da Barragem do Capinguí. É claro que a família pegou junto, pois Zilá e Morgana capricharam na bem dosada feijoada e na irresistível maionese. A dupla Leandro e Leonardo comandou a logística de chope, cordeiro e costelão. Além do carinho da família anfitriã, houve a tão necessária interação entre frequentadores dos cafés Oásis, Xoks e Riviera. A mescla de turmas permitiu inestimáveis reencontros. Aliás, a reunião do Wiss foi carregada da mais agradável sociabilização. O almoço foi de lamber os beiços, supriu carências sociais e permitiu a fraternidade de incontáveis abraços.

Aeroporto

Os motoristas dos chamados carros de aplicativos continuam causando no Aeroporto Lauro Kortz. Quem desembarca em Passo Fundo depara-se com uma situação no mínimo constrangedora: o assédio dos motoristas de carros de aplicativos. Opa. Aplicativos ou aplique? Ora, os carros de aplicativos não podem abordar ou serem abordados por passageiros. O sistema funciona somente através de plataformas específicas. Além da balbúrdia no saguão, também causam problemas no escasso espaço para estacionamento. A Guarda de Trânsito já realizou duas ou mais operações para coibir essas irregularidades. Porém, como a situação vai além da irregularidade e está com um pé no ilícito, já exige que outras esferas também entrem em ação.

Batatas

Há duas semanas, o Menor Palco do Mundo© incorporou Jorge Ben Jor. Sua música é longeva pois, ainda Jorge Ben, explodiu com Mas Que Nada em 1963. E nunca mais parou. Um estilo próprio e inconfundível, que vai de Fio Maravilha à Ive Brussel. A banda teve Germano da Selva no vocal, Andrey Jardim na guitarra, Roger Abreu no baixo e o Telbio de Freitas na batera. A turma mandou bem e contagiou todas as gerações que o Batatas abriga. E todo mundo cantando junto! Isso comprova que ultrapassar o tempo é o carimbo de qualidade da arte. A música é contagiante: “não sei não, assim você acaba me conquistando...”

Pastelaria

Além do tradicional odor de frituras, segunda-feira a pastelaria aqui embaixo exalou um insuportável fedor de molho de tomate queimado. Urgh.

Centenário

Aguenta coração. Faltam 85 dias para o Centenário de O Nacional.

Trilha sonora

Diana Krall - The Look Of Love


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