Emergências hospitalares lotadas em Passo Fundo

Casos com sintomas respiratórios tiveram aumento considerável

Por
· 3 min de leitura
Emergência do Hospital de Clínicas: ocupação de 200% - Foto – Natieli Batistela-HCPFEmergência do Hospital de Clínicas: ocupação de 200% - Foto – Natieli Batistela-HCPF
Emergência do Hospital de Clínicas: ocupação de 200% - Foto – Natieli Batistela-HCPF
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

 Com a chegada de dias mais frios e úmidos, todos os anos repete-se o cenário das emergências hospitalares lotadas. Essa procura é agravada com o aumento de doenças respiratórias. Além de gripes, resfriados e manifestações alérgicas, este ano há uma condição mais crítica com o crescimento de casos de dengue. Em Passo Fundo a ocupação das emergências supera as capacidades de atendimento. Na quarta-feira, a emergência do Hospital de Clínicas estava com ocupação de 200%. Já no Hospital São Vicente de Paulo, onde a ocupação já esteve na marca de 150%, baixou para 90%. Os casos de síndromes respiratória vêm aumentando dentre os atendimentos emergenciais.

 Hospital de Clínicas

Na segunda-feira (27/05), a emergência do HCPF já operava com 191% de sua capacidade. Na quarta-feira, 29, aumentou a ocupação para 200%. Sintomas respiratórios representavam cerca de 20% dos casos na unidade. Mas nas últimas semanas, o setor registrou um aumento de 30% na busca por atendimentos relacionados aos sintomas respiratórios. Em relação aos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves, observou-se um aumento de 53% das notificações na instituição relacionadas a estas doenças. Até então, ainda não havia restrição de atendimento no setor. O HCPF orienta que casos de menor gravidade sejam direcionados às unidades básicas de saúde para que os recursos e equipes da Unidade de Emergência sejam utilizados para as situações de urgência e emergência.

Hospital São Vicente

No Hospital São Vicente de Paulo a emergência já vem registrando há vários dias um aumento de doenças infecciosas respiratórias, tanto em adultos como em crianças. A ocupação oscilou desde a semana passada, quando estava em 150%. Segunda-feira, 27, era de 100% e na quarta-feira ficou em 90%. De acordo com a assessoria da instituição, quando a emergência está acima de 100% de ocupação, os casos mais graves são atendidos no HSVP, porém casos de menor gravidade são orientados a buscar atendimento nas unidades de saúde nos bairros. A classificação é feita pelo protocolo de Manchester, que utiliza cores que identificam o grau de cada paciente. A emergência do HSVP tem variado entre ocupação máxima e acima. Recebe muitos pacientes de outras localidades que foram afetadas pelas enchentes, ou seja, de outras coordenadorias de saúde, que estão sendo encaminhados para Passo Fundo. A maioria dos casos está relacionada às doenças infecciosas respiratórias.

Sociedade de Pediatria

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) destaca a importância de medidas preventivas antes de dirigir-se à emergência com os filhos. "É essencial compreender a distinção entre emergência e urgência em cuidados pediátricos. Um atendimento emergencial é imperativo quando há risco iminente de morte, enquanto a urgência refere-se a casos graves que podem evoluir. Recomenda-se, sempre que possível, o acompanhamento regular com o pediatra, a fim de prevenir situações emergenciais", enfatiza o vice-presidente da SPRS, Marcelo Porto. O importante nesse momento é reforçar os cuidados com a dengue que incluem o uso frequente de repelente nas crianças e os cuidados em casa para não manter água parada. Em crianças a partir de 4 anos é indicada a vacina.

Medidas preventivas

A SPRS destaca a importância de medidas preventivas antes de dirigir-se à emergência. Entre elas estão o cuidado permanente com a hidratação e reduzir a exposição a ambientes fechados e aglomerados, minimizando o risco de contágio. Também é indicado manter os ambientes bem ventilados, lavar as mãos da criança frequentemente com água e sabão e não compartilhar objetos pessoais como talheres e copos. "Um pedido que sempre salientamos é que os pais não enviem as crianças, quando estão doentes, para as escolas. Também cabe a cada um ter o bom senso de não fazer visitas quando perceberem sintomas de alguma doença contagiosa", acrescentou o vice-presidente da entidade. Também reforçam a orientação das emergências do HSVP e HCPF, enfatizando que em casos de menor gravidade o aconselhável é buscar atendimento primário (unidades básicas). Já em situações que apresentem sinais de alarme, como febre alta, dificuldade respiratória e de alimentação, ou em crianças já acometidas por outra enfermidade, é indispensável procurar assistência hospitalar.

 

Gostou? Compartilhe