Por surto de coronavírus, unidade da JBS em Passo Fundo é interditada

A empresa, que tem 10 dias para se manifestar sobre a decisão de interdição, não disse se irá recorrer

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A unidade frigorífica da empresa JBS, em Passo Fundo, foi interditada, na tarde desta sexta-feira (24), em decorrência do surto de coronavírus registrado entre os colaboradores.

A ação para a suspensão total das atividades industriais, segundo a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Priscila Schvarcz, foi ajuizada ainda no sábado (18) e negada pela Justiça. Na quinta-feira (23), no entanto, um novo pedido de reconsideração da liminar foi encaminhado novamente para apreciação, e igualmente descartado. Uma perícia foi designada no mesmo dia para avaliar o quadro sanitário da empresa, apontada pelo governador, Eduardo Leite, e pela secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, como possível relação para o surto de diagnóstico de covid-19, no município.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MPT, 19 trabalhadores testaram positivo para o coronavírus e outros 15 funcionários são suspeitos de terem sido contaminados, dois familiares desses mesmos colaboradores vieram a falecer em decorrência do contato indireto com a infecção e 78 industriários foram afastados com quadro de doença gripal. “Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício”, determina a ação deferida durante uma audiência com a Secretaria de Saúde do município, representações sindicais, peritos e procuradores do trabalho, na tarde de hoje.

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Imagens foram apresentadas pelos procuradores como evidências, na petição inicial. Fotos: MPT


O que diz a JBS

Em nota, a JBS contesta o índice de infectados nas dependências da empresa, alegando que seriam quatro trabalhadores com confirmação da doença e outras 10 pessoas suspeitas. Além dos números, a indústria alimentícia afirma que as imagens apresentadas pela Procuradoria não são atuais visto que “a JBS tem adotado todas as medidas para garantir a máxima segurança e prevenção de cada um dos colaboradores das suas fábricas”. Em Passo Fundo, a empresa possui mais de mil funcionários atuando nos setores de produção alimentícia. 

Ainda por meio de nota, a empresa defendeu adotar protocolos detalhados e específicos para casos em que um colaborador teste positivo para Covid-19. Segundo a JBS, é prestado imediato atendimento com total apoio a ele e seus familiares até seu pronto restabelecimento. Nesse período, conforme orientam os órgãos de saúde, o colaborador estará afastado de suas atividades e com acompanhamento integral. Além disso, a empresa inclui como procedimento-padrão a total desinfecção e sanitização das áreas comuns e do local em que o profissional trabalha em caráter adicional”. “A proteção dos seus colaboradores tem sido o primeiro objetivo da JBS, desde o início da pandemia da Covid-19. Continuaremos pautados por esse princípio e confiamos em que as atividades em Passo Fundo serão retomadas brevemente”, finaliza o comunicado.

A desinfecção diária e periódica das instalações, medição de temperatura de todos os colaboradores antes de acessarem a unidade, afastamento de pessoas do grupo de risco, inclusão de novos EPIs como máscaras acrílicas, obrigatoriedade do uso de máscaras para todo o quadro de colaboradores, incluindo a área administrativa, medidas de distanciamento social e vacinação contra gripe H1N1 são algumas das medidas, conforme ponderou a empresa, adotadas em todas as unidades fabris da companhia.  

A empresa, que tem 10 dias para se manifestar sobre a decisão de interdição, não disse se irá recorrer.

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