A cidade de Passo Fundo e o Rio Grande do Sul estão em alerta contra a dengue. Isso porque Passo Fundo já teve dois casos confirmados. São duas mulheres com idades entre 35 e 45 anos. Uma delas apresenta histórico de viagem e o outro caso foi contraído no município de Passo Fundo (autóctone). No Estado, segundo o Painel de Casos de Dengue no RS até esta segunda-feira, (22) já haviam 1.601 notificações, 721 casos confirmados, sendo 653 autóctones e 466 municípios infestados. O aumento no número de casos no Estado, ultrapassa 800%, sendo o maior número desde que o relatório passou a ser produzido em 2015.
Os dados de Passo Fundo nessa segunda-feira, apontavam para 61 notificações, dois confirmados de dengue e 29 em investigação. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati, o município vem adotando medidas que visam chamar a atenção da população sobre a doença. “Isso se deve por causa das chuvas e enchentes que tivemos no último quadrimestre 2023/2024, era esperado um ano atípico e nós começamos desde 2023 nos preparando para esse ano. Em 2023 tivemos dois treinamentos com toda a equipes da saúde, em maio e novembro, no atendimento ao paciente com dengue, aumentamos os agentes de endemia passando de 39 para 52 agentes, foi uma ação já de precaução”, destaca.
A secretária também explicou que o município realiza campanhas nos bairros, buscando fazer a conscientização dos moradores. “No Programa Bairro-Bairro levamos a temática da dengue trabalhando com as comunidades, também estamos trabalhando em um material informativo para ser distribuído nas casas e também preparamos as carteirinhas para o atendimento ao paciente que tenha dengue. No fim de 2023 também adquirimos um aparelho para fazer a fumegação, quando temos um excesso de foco em regiões como terreno baldio para dispersão de fumaça para fazer o controle dos focos”, disse.
LIRAa
Na última semana foi entregue o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa) de 2024 que mostrou que 3 em cada 100 casas têm um foco do inseto causador de doenças como Dengue, Zika vírus e Chikungunya em Passo Fundo.
O índice de infestação de Passo Fundo ficou em 3%, ou seja, a cada 100 casas visitadas, 3 tem a presença do Aedes Aegypti, então dos 106 mil imóveis de Passo Fundo o Aedes Aegypti está presente em mais de 3 mil e isso é considerado pelo Ministério da Saúde como um risco médio para epidemia da dengue.
Entre as ações desenvolvidas pelo município para prevenção, há um carro de som alertando os moradores sobre a necessidade de evitar locais que possibilitem que o mosquito se prolifere. “Estamos com carros de som em alguns bairros fazendo esse chamamento a população sobre o problema. A ação principal é do indivíduo dentro do seu domicílio, isso que precisamos conscientizar a população, que cada dentro do seu domicílio faça esse controle, não deixando a água parada, trocar com frequência a água do animalzinho, cacos de vidro, garrafas pet, pense no pátio, cuidar que não empoçar água e tenha criadouros”, pontuou.
Região
De acordo com biólogo da Vigilância Ambiental da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde, Leonardo Seidler De Marchi, a coordenadoria abrange 62 municípios e três regiões de saúde e até esta segunda-feira (22) havia 9 casos confirmados na região.
Além de Passo Fundo com dois casos confirmados, há outros resultados positivos para dengue na região sendo: (1) Nova Alvorada, (2) Espumoso, (1) Tio Hugo, (1) Soledade, (1) Tapera e (1) Carazinho, sendo que nem todos foram pegos nos municípios que houveram os registros. “A partir do momento que tem um caso confirmado no município, já é uma preocupação, porque os mosquitos do município já podem estar contaminados, pode ser que comecem a surgir novos casos nesses municípios, acaba sendo essa nossa preocupação”, disse De Marchi.
Ainda segundo Leonardo, a Coordenadoria atua também com treinamento, capacitação de equipes e a cobrança junto aos municípios para que realizem ações de prevenção à doença.
RS
Segundo a Secretaria da Saúde (SES), por meio do Centro de Vigilância em Saúde (Cevs), em todo o ano de 2022, o Rio Grande do Sul apresentou 66.812 casos confirmados e 66 óbitos. Em 2023, o Estado apresentou 38.221 e 54 óbitos em razão da doença. Apesar de o número absoluto de óbitos ter sido menor do que no ano de 2022, a análise de dados demonstra uma elevação na letalidade da doença, considerando o número de casos confirmados.