Faltando 27 dias para o 1º turno das eleições 2022, o Jornal O Nacional segue apresentando a trajetória, propostas e principais pautas levantadas pelos candidatos que concorrem ao cargo de governador do Rio Grande do Sul. Por ordem alfabética, os candidatos ao governo do Estado Edegar Pretto (PT) e Eduardo Leite (PSDB) farão parte desta edição.
Políticas públicas voltadas ao combate à fome e à extrema pobreza estão entre as principais propostas de Edegar Pretto (PT)
Candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), João Edegar Pretto, 51 anos, tem como vice o vereador de Porto Alegre Pedro Ruas (PSOL), de 66 anos. Com a coligação “Frente da Esperança”, a chapa tem apoio de PT/PC do B/PV / PSOL/REDE. Edegar Pretto é natural de Miraguaí e graduado em gestão pública. Iniciando na vida política em 2011, foi três vezes deputado estadual pelo PT, além de ter ocupado o cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul em 2017.
Prioridades de Pretto
Apresentado em seu Plano de Governo, Edegar Pretto pontua como prioridade número um o “combate à fome e à extrema pobreza”, na qual trabalhará para a construção de restaurantes populares e cozinhas comunitárias, aliado a construção de uma Força Tarefa de Combate Emergencial à Fome e à Pobreza e o apoio a agricultura familiar para produção de alimentos. Isso, garantindo um “valor mínimo indispensável” à população carente.
Com “13 compromissos por um Rio Grande para sua gente”, a candidatura de Edegar é baseada em sete eixos: trabalho, emprego, solidariedade e oportunidades; inovação, sustentabilidade e retomada do desenvolvimento; agropecuária e desenvolvimento agrário e rural; justiça social e pão na mesa; paz, equidade e igualdade; políticas transversais (dedicadas a mulheres, idosos, jovens, negros, indígenas, pessoas com deficiência e altas habilidades, LGBTQIA+); e governo de todas e todos e para todas e todos.
Nessa esfera, o candidato propõe, efetivamente, a retomada do Programa de Microcrédito e da valorização do Salário Mínimo Regional, que, segundo Pretto, vem sendo sucateado a cada governo. Ainda, Edegar quer revisar os incentivos fiscais concedidos a grandes empresas e desencadear um movimento visando o fim do teto de gastos e do Regime de Recuperação Fiscal, olhando para a renegociação da dívida do Estado com a União. Além disso, deseja fortalecer e modernizar a estrutura produtiva por meio da reindustrialização, também dando apoio às Micro e Pequenas Empresas e aos Microempreendedores Individuais (MEIs).
Na educação e saúde, Pretto quer ofertar ensino integral e fortalecer o SUS e a Rede de Atenção Básica. Acompanhado disso, pretende investir em programas de produção habitacionais e fortalecimento dos já existentes, como Minha Casa Minha Vida. Isso, aliado a criação do “Conselho das Cidades”, para uma escuta ativa sobre o desenvolvimento urbano. Na saúde, o candidato quer “salvar o IPE Saúde” e pretende alterar os Planos de Carreiras do Funcionalismo, de modo a “corrigir desigualdades e distorções”.
O que Edegar Pretto diz sobre a privatização
Pretto declara que as privatizações já mostraram que, além de não resolver os desajustes das finanças públicas, também não melhoram os serviços prestados. Assim, propõe a interrupção dos processos de privatização e “não permitirá e garantirá água e saneamento para todos, com a Corsan Pública”. Com relação ao Banrisul, traz o banco como uma ferramenta fundamental para o crescimento do Estado e promete investigar “a fundo a venda da CEEE”, buscando soluções para o abastecimento de energia do Rio Grande do Sul.
Eduardo Leite (PSDB) pretende dar sequência às privatizações e programas iniciados em seu primeiro mandato
Candidato pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Eduardo Leite tem 37 anos e concorre ao lado de Gabriel Souza (MDB), de 38 anos, que foi eleito deputado estadual em 2014 e 2018. Ao todo, são seis as legendas em aliança a Leite, sendo elas PSDB, União Brasil, MDB, PSD, Podemos e Cidadania. Leite é bacharel em direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), graduado em gestão pública e mestre em gestão e políticas públicas. Natural de Pelotas, foi presidente da Câmara dos Vereadores e prefeito do município. Em 2018, foi eleito governador do Rio Grande do Sul, cargo do qual renunciou em março de 2022.
Continuidade do “primeiro ciclo de governo”
O Plano de Governo de Eduardo Leite é dividido em cinco eixos principais: social e qualidade de vida; ambiental e infraestrutura; econômico; gestão; e, por fim, o fiscal. Todos, embasados no propósito de “desenvolver o Rio Grande do Sul de maneira sustentável e inclusiva, gerando oportunidades e provendo alta qualidade de vida para todos” e dando sequência ao que já foi feito no “primeiro ciclo de governo”.
Nesse sentido, Eduardo Leite quer combater a pobreza infantil por meio dos programas como o Criança Feliz e Primeira Infância Melhor, acompanhado do fortalecimento da alfabetização e da ampliação do número de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI). Na saúde, Leite busca converter o Estado em um polo nacional de qualidade no atendimento à saúde, criar programas de apoio aos hospitais de pequeno porte e unificar a contratualização do SUS para recursos municipais, estaduais e federais.
Pretende executar os recursos da Lei Aldir Blanc II entre os anos de 2023 a 2027 e transformar o RS Seguro em política permanente de Estado, por meio de parcerias com as secretarias da Cultura, da Educação e da Saúde, entre outras. Na esfera ambiental e ligada ao agronegócio, busca a desburocratização e modernização dos procedimentos, além da consolidação do Plano Estadual de Saneamento, que tem como uma das prioridades a elaboração de um plano de moradia para a população em situação de rua e a ampliação do programa Nenhuma Casa sem Banheiro.
Em consonância, quer ampliar o número de unidades do Tudo Fácil no interior e manter o equilíbrio fiscal e o cumprimento do Plano de Recuperação Fiscal, “garantindo a sustentabilidade financeira de longo prazo do Estado”.
O que Eduardo Leite diz sobre a privatização
Conforme o Plano de Governo de Eduardo Leite, o candidato pretende “dar continuidade ao programa estadual de concessões e parcerias público-privadas” e coloca em pauta as privatizações já realizadas como avanços, visto que o “Rio Grande do Sul implementou um dos mais ousados programas entre os Estados brasileiros, com a venda do controle dos três braços da CEEE e da Sulgás”. Prevê a privatização da Corsan ainda em 2022 para “dar conta das exigências do Marco Legal do Saneamento” e não chega a citar a privatização do Banrisul.